20.9.09

Cristãos Activistas

Uma das razões da minha ida a Inglaterra foi a oportunidade de conhecer melhor a SPEAK e participar num fim-de-semana de formação organizado pela rede. Foi um tempo inspirador, mesmo a orientação que eu estava a precisar. A SPEAK é uma rede de jovens cristãos dedicados a mudar a sociedade em diversas áreas através de Oração e Campanhas.



Eu tenho alguns amigos cristãos activistas, activamente envolvidos em campanhas, manifestações, protestos e acções directas não-violentas. Mas estar com um grupo tão ecléctico, com pessoas de estilos de vida tão diferentes (advogados, estudantes, artistas, assistentes sociais) mas todos com o mesmo desejo de ver o Reino de Deus na terra, de andar em justiça e de dar a cara por aqueles que ninguém ouve, dá-me esperança que é realmente possível mudar o mundo. Falamos sobre como podemos viver aquilo em que acreditamos, que é algo que eu tento fazer. Muitas vezes temos convicções mas que depois não se traduzem em acções, a tal história "faz o que eu digo, não faças o que eu faço", que é uma grande treta! Claro que as nossas acções vão sempre falar mais alto que as nossas palavras.




Outro debate que tivemos foi sobre se devemos não cumprir leis injustas ou desobedecer aos nossos lideres (neste caso políticos) como forma de resistência a um sistema corrupto e injusto. Um dos exemplos que me desafiou foi o do Scott Albrecht, que faz parte do movimento Catholic Worker. O movimento Catholic Worker foi iniciado nos Estados Unidos na altura da grande depressão (anos 30) pela Dorothy Day e Peter Maurin baseado nos ensinos de Jesus Cristo (principalmente o Sermão do Monte) para trazer "uma nova sociedade na sombra da velha, uma sociedade que seria mais fácil ser-se bom. Numa sociedade de acordo com estes princípios não haveria lugar para exploração económica ou guerra, discriminação racial, de género ou religiosa, mas seria marcada por uma ordem social cooperativa sem extremos de pobreza ou riqueza, e uma abordagem não-violenta à legítima defesa e resolução de conflitos." Voltando ao Scott, ele vive numa quinta nos arredores de Londres (The Catholic Worker Farm) onde ele e a sua família recebem mulheres sem-abrigo e os seus filhos, refugiadas que não têm direito a subsídios ou apoios no Reino Unido. Cultivam uma horta para consumo da comunidade e também para venda. Além disso participam em acções de resistência contra Armas Nucleares, Comércio de Armas, Políticas Injustas de Asilo Politico e Guerra. O Scott é o exemplo que é possível amar o próximo que está ao nosso lado (as mulheres refugiadas) e os que estão longe (acções contra injustiça que afectam pessoas a milhares de quilometros de distância).

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