Desde que cheguei do México há 3 semanas que só ouço falar em crise... crise na educação, crise na saúde, desemprego... crise ao pequeno-almoço, crise ao almoço e crise ao jantar.
A realidade é que Portugal tem problemas mas tal como os outros países têm problemas. Por exemplo, no México há muito mais dificuldades económicas e nunca ouvi ninguém a falar de crise.
Na minha opinião, a crise é muito mais do que uma crise económica é uma crise que está na nossa cabeça. Estamos sempre à espera que alguém nos resolva os problemas, continuamos à espera do D. Sebastião. Mas não podemos esperar que o governo faça tudo por nós, que a União Europeia nos envie sempre apoios e que seja o governo a resolver todos os problemas sociais. Até porque já percebemos que o governo não vai fazer muito por nós, os últimos empréstimos foram para a banca (coitadinhos estavam mesmo a precisar!).
Só quando a sociedade civil perceber que a resolução de problemas depende de cada um de nós e que cada pessoa desempenha um papel importante, é que vamos sair da crise, que é muito mais uma crise de valores e de esperança. A dita crise pode ser uma oportunidade para mudar de rumo, desenvolver a criatividade, o empreendorismo e sobretudo a solidariedade.
Para mim o problema do outro, de alguma forma, também é o meu problema.
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